O avanço do dólar, do euro e da libra vem nos fazendo arrepiar os cabelos desde o fim do ano passado. As moedas utilizadas nos destinos mais procurados no exterior entraram em uma tendência de alta alarmante e os picos assustadores levaram muita gente a desistir de viajar para fora do Brasil por achar que não cabe no orçamento.
Existem projeções de queda ao longo dos próximos meses com o resultado das eleições, mas, se não acontecer, será que a única solução é mesmo abortar o projeto de conhecer outros lugares do mundo? Eu acredito que não.
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Apesar do real estar bem desvalorizado (atualmente perde até para o novo sol do Peru), há estratégias para conseguir driblar o câmbio, economizar e se aventurar fora do país. Afinal, a gente é brasileiro e o que não nos falta é jogo de cintura. Então, confere uma lista de dicas para te ajudar a planejar sua viagem internacional.
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Viajar com dólar alto: tenha flexibilidade
Sabe a famosa lei do desapego? Então, não ter exigência quanto a um país específico é a forma mais simples de se jogar no mundo. As promoções de passagens aéreas aparecem todos os dias para diversos lugares e quem está com o coração aberto pode aproveitar entre os descontos disponíveis no período em que planeja viajar. Antes de comprar, só é interessante conferir se alimentação e hospedagem não são exorbitantes no local escolhido. Do contrário, a economia com o bilhete vai por água abaixo.
Para quem sonha com um destino em particular, ter flexibilidade de datas facilita encontrar bons preços. Uma estratégia eficaz é viajar fora da alta temporada do verão no Hemisfério Norte. No período do outono-inverno na Europa e Estados Unidos (outubro a março), é comum achar preços atrativos de passagens e ainda gastar menos com hospedagem. O único contra é que nem todos os passeios funcionam na baixa estação.
Quem só pode viajar nas férias de dezembro, janeiro ou julho tem alternativa de apostar em companhias aéreas novas e menos badaladas para conseguir voos mais baratos. Ao invés de focar a busca na TAM ou outra gigante, por que não voar de Air Europa, Alitalia ou Royal Air Maroc? É claro que o serviço tem falhas, mas, no geral, as empresas cumprem a obrigação de te levar ao destino. Para encontrar voos baratos, clique aqui
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Driblando o câmbio: aposte em redes locais de hotelaria
Ao visitar um lugar pela primeira vez no exterior, é normal procurarmos por marcas conhecidas e acabamos indo atrás de hotéis de grandes redes consagradas no Brasil, como Ibis, Pullman, Hilton e Marriot. Só que os preços, infelizmente, ficam mais caros ao converter para a nossa moeda. Por isso, uma dica é pesquisar por pequenos hotéis e pousadas locais no destino da viagem.
Pense bem: se em nossa cidade tem aquele hotelzinho aconchegante, limpo e barato que recomendamos para todo mundo, o mesmo acontece em Londres, Paris, Roma, Nova York e qualquer lugar do globo. Basta só um pouco mais de tempo e dedicação para descobrir.
Uma mão na roda para evitar cair em alguma espelunca é consultar o site TripAdvisor, que traz avaliações de estabelecimentos e fotos reais tiradas por hóspedes.
Além disso, os hotéis tradicionais não são o único tipo de acomodação. Hoje o AirBnB permite alugar o quarto no apartamento de alguém (ou até o imóvel inteiro) em várias cidades do mundo.
Para o viajante solo, o dormitório compartilhado dos hostels/albergues são também uma alternativa econômica. Nessa modalidade, você reserva apenas uma cama no quarto e divide o espaço com outras pessoas pagando super barato. Para viagem com grupo de amigos ou família, é possível fechar um quarto por um preço mais barato que o hotel e repartir o valor. Fica a dica!
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Viajar com dólar alto: use transporte público
Deslocamento e alimentação são dois itens que podem pesar os gastos de viagem em qualquer cidade, inclusive no Brasil. Por isso, imitar os moradores locais é uma dica para não extrapolar o orçamento. Ainda mais quando as despesas serão feitas em moeda estrangeira.
Pesquise destinos com um bom sistema de transporte público e escolha hotéis com fácil acesso às linhas para se aventurar de metrô ou ônibus ao explorar a cidade. O táxi ou uber podem ser extremamente práticos e te deixar na porta das atrações, mas o valor que você gastaria em três ou quatro corridas é praticamente o mesmo de comprar um passe ilimitado para utilizar o transporte público por uma semana.
Além de utilizar o sistema de transporte local, procure dicas de restaurantes, lanchonetes e cafeterias frequentadas pelos próprios moradores da cidade que você pretende visitar. Esses tesouros cotidianos tem um sabor mais verdadeiro e também oferecem preços reais, sem a inflação que tempera os famosos pega-turista.
Na atual era da informação, temos o benefício de contar com grupos nas redes sociais e fóruns na internet onde viajantes compartilham vários detalhes sobre diversos lugares do mundo para se ajudar. Aproveite! E fique atento aqui ao blog porque sempre vou indicar os achados também.
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Economia com dólar alto: trave cotações
Pior do que o dólar caro, é a instabilidade do câmbio no Brasil. Não tem como prever o que vai acontecer com a cotação e, mesmo quando estamos numa tendência de baixa, pode surgir um novo escândalo político para bagunçar o cenário.
Agora imagine programar uma viagem ao exterior e reservar hospedagem antecipadamente com o dólar a R$ 3,40 (saudades!), mas no dia de desembarcar no destino e efetivamente passar o cartão para pagar a reserva o dólar estar valendo R$ 4? Na conta final, essa diferença vai pesar no orçamento.
Como não gosto de surpresas assim, sempre busco travar cotações para contornar a variação cambial e manter o controle do orçamento. Existem sites que permitem pagar o hotel em real ainda no Brasil e até parcelar o valor em suaves prestações.
Uso o Hotéis.com e recomendo a ferramenta, pois os preços são competitivos em relação aos outros sites de reserva, o suporte é bastante dinâmico e ainda tem um programa de fidelidade que permite ganhar diárias de graça.
Somado a isso, é oferecida a opção de comprar com cancelamento grátis. Então, se o câmbio baixar e os preços ficarem mais em conta, é possível cancelar sem estresse e receber o dinheiro de volta para refazer a reserva com economia.
Pela minha filosofia viajante, também utilizo a lógica de travar o câmbio comprando em real os passeios com valores a partir de US$ 70 dólares (em torno de R$ 280). Os sites Decolar.com e Expedia oferecem diversas excursões em diferentes cidades do mundo e o custo, geralmente, é compatível. Sempre compare com o preço na moeda original para checar se não estão cobrando a mais, okay?!
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Não compre seus dólares todos de uma vez
A parte mais chata da viagem é justamente o dinheiro para levar. Fora do país, são poucos os bancos que oferecem saque de recursos na conta corrente para socorrer em eventual emergência. Então, será preciso se organizar para definir a quantia necessária para se bancar no dia-a-dia.
Como já temos vários detalhes para acertar, é comum deixarmos para comprar a moeda estrangeira na última hora. Só que podemos dar azar dias antes do embarque e estarmos em um dos picos do câmbio. Para driblar a situação e tirar o melhor proveito do sobe-desce, compre a moeda estrangeira aos poucos, com pequenas quantias ao mês, até a data da viagem.
Sempre que sobrar um trocado, fique de olho na cotação e corre para comprar seus dólares, libras ou euros. Fica tão leve que dá para juntar o montante sem perceber.Só compensa comprar a moeda de uma vez se acontecer uma queda maluca do câmbio no Brasil e tiver o recurso em conta para desembolsar.
[…] meu caso, sou uma viajante econômico-moderada. Geralmente, não animo dividir quartos em hostel, mas sou totalmente a favor de ficar em pequenos […]
[…] tempos de dólar nas alturas, a gente sempre fica atrás de formas para economizar e não extrapolar o orçamento de viagem. O desafio para nós, brasileiros de classe média, é contornar o câmbio desfavorável sem […]