Mais jovem capital brasileira, Palmas é parada obrigatória para quem está se preparando para conhecer o Jalapão. O aeroporto da cidade do Tocantins é a principal porta de entrada para visitantes de outros Estados e o município também é o quartel das companhias de turismo que operam os tours regulares até a região árida do interior do Estado.
Embora não seja o destino final dos visitantes, a passagem por Palmas pode ser mais que um borrão durante a viagem. Dá para fazer um upgrade no roteiro e desbravar um pouco da capital, que abriga lindas praias de água doce. Acredite: o pôr-do-sol à beira do rio é de tirar o fôlego.
Minha visita a Palmas foi em 2014 para participar de um congresso. Confesso que a programação do evento não deixou muito tempo livre, mas deu para dar uma escapadinha e explorar os principais atrativos da cidade. A rota pode começar pela Praça dos Girassóis, localizada no centro.
Coloque um calçado confortável, roupas leves e filtro solar para suportar o calor do Tocantins porque a praça por si só já é uma caminhada e tanto: são 571 mil metros quadrados de extensão! Cartão-postal da cidade, ela é a maior da América Latina e a segunda maior do mundo, sendo superada apenas pela Praça Merdeka, na Indonésia.
Inaugurada em 2000, a Praça dos Girassóis é um complexo arquitetônico que reúne as sedes dos três poderes públicos estaduais: o Palácio Araguaia (Poder Executivo), a Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins (Poder Legislativo) e o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (Poder Judiciário).
Além disso, o espaço abriga dezenas de monumentos e obras de arte que contam parte da história brasileira e podem render ótimos cliques da viagem. Um dos exemplos é o Memorial da Coluna Prestes, criação do arquiteto Oscar Niemeyer, onde funciona um museu com acervo de 81 peças originais que retratam o movimento encabeçado por Luís Carlos Prestes. Também chama a atenção as estátuas da revolta dos Dezoito do Forte Copacabana.
Para incrementar o passeio, dá para pegar um barco no porto da praia da Graciosa e apreciar a paisagem do imenso lago formado com a construção da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães ou fazer a travessia para conhecer a Ilha Canela. Infelizmente, eu só tive tempo para apreciar a vista da beira do rio mesmo, mas anotei os detalhes para uma próxima visita ao Tocantins.
A Ilha da Canela era uma vila, que foi inundada na construção da represa para mover as turbinas da hidrelétrica. Hoje o local se tornou um pequeno oásis no meio do lago, com águas cristalinas para dar um mergulho e quiosques charmosos para desgutar em paz os pratos típicos de Tocantins. O preço da travessia é R$ 25 (ida e volta).
Nos 54 quilômetros de espelho d’água formado pela represa, outras praias de água doce também podem ser encontradas em pontos mais afastados da área urbana. A praia do Prata é uma das opções disponíveis para quem estiver disposto a ir mais longe. Com vários restaurantes, o local conta com quiosques e mesas à beira do rio para aproveitar os petiscos literalmente com o pé na água.
Como estive por lá em dia de semana, o ambiente estava bem tranquilo, mas ouvi falar que o clima é diferente aos fins de semana e feriados. Para fugir de agitação, as alternativas são as praias do Caju, dos Buritis, dos Arnos e Luzimangues. Todas também ficam em áreas mais afastadas da região central, mas apresentam o mesmo pôr do sol incomparável do Tocantins.
Caso você seja do time que prefere aventuras radicais, vale a pena esticar até Taquaruçu. O local é um refúgio do ecoturismo, a pouco mais de 30 quilômetros do centro da capital tocantinense. Várias agências oferecem o tour guiado para os visitantes interessados em passar o dia na região, onde dá para praticar rapel, descer em uma tirolesa, apreciar a vista de mirantes, fazer trilhas e explorar cachoeiras. O pessoal do congresso que estava com agenda mais leve reservou uma tarde para conhecer a região e não se arrependeu.
Como chegar
Quando estive em Palmas, não havia linhas regulares de ônibus para chegar à maioria das praias de rio. Apenas as praias Graciosa (linha 100) e Arnos (linhas 030, 040,041) tinham transporte coletivo com paradas relativamente próximas. Pelo que pesquisei, a situação não mudou muito. Para as demais praias, um serviço especial roda apenas na alta temporada em julho.
O táxi e o uber são também alternativas para se locomover na capital do Tocantins durante a visita. No entanto, dependendo do roteiro traçado, vale a pena considerar o aluguel de um carro. O custo-benefício de ter veículo na mão compensa, pois evita perder tempo à espera da chegada do motorista contratado.